22.4.06

manda quem pode, assiste quem não tem juizo


tá lá no blog no meu amigo perrone...

A TVCA pegou caro
A medida judicial que resultou no atraso da exibição da novela das oito (Belíssima), em todo o estado de Mato Grosso, custou caro para a TV Centro América, afiliada a Globo. A novela acabou entrando no horário do futebol, e com isso o torcedor viu apenas o segundo tempo do jogo São Paulo e Cienciano. O primeiro tempo foi literalmente "engolido" pela novela. Enquanto isso, a Record mostrou os dois tempos do jogo entre Santos e Brasiliense pela Copa do Brasil


Essa palhaçada durou uma semana. Por ordem de um juiz, a TV Centro-América teve que atrasar em uma hora a apresentação da novela "Belíssima". Isso por causa do nosso fuso horário, que faz a novela passar aqui às 20h enquanto ela é "permitida" somente para às 21h. As criancinhas não podem ver Belíssima. O prejuízo foi enorme, a TV Centro América deve ter tido suas piores audiências em horário nobre desde a sua inauguração, porque ficou passando programas sobre ecologia e natureza para encher linguiça, até chegar a hora certa da novela. Programas ao vivo que passam depois da novela foram cortados pela metade, um horror.

Graças a Deus o poder econômico fala mais alto que ordens de juízes. A Globo não iria amargar mais uma semana de prejuizos, principalmente num horário nobre, ainda mais na quarta feira, que é dia santo de futebol ao vivo. Dito e feito. Na quarta feira seguinte, sem grandes alardes, a programação voltou ao normal e o futebol transcorreu normalmente.

Enquanto isso, na outra novela...

Na época da campanha do desarmamento, plebiscito que depois virou referendo, e gente entregando armas velhas nas delegacias pra conseguir um trocado, a Globo resolveu lançar uma novela chamada Bang Bang. Eu achei o cúmulo, mas os argumentos de que seria uma novela engraçada, baseada nos filmes de faroeste, disfarçaram a enorme exposição de armas, tiroteios e violências que se seguiriam.
Eu não vi a novela. Passava pela sala e de vez em quando via a Leticia assistindo, e às vezes parava uns 5 minutos pra ver e poder ter assunto para falar mal dela (da novela, não da Leticia) depois. A Isabel adora a musiquinha e o desenho animado da apresentação.
Mesmo assim, de relance, eu vi uns trocentos tiroteios, gente sendo enforcada, uma tremenda apologia ao uso de armas e, nesses capítulos finais, tive o desprazer de assistir a uma chacina à queima-roupa onde num só take da novela morreram uns 15, entre atores e figurantes. Curiosamente ninguém sangrou.
Eu não vou perguntar porque eu sei que eles não vão me responder, mas eu gostaria de escrever para a produção da novela, agora que ela acabou, e perguntar, assim no total, quantos morreram de morte brutal? quantos foram torturados? Quantos tiros foram desferidos?

Vigário Geral é um paraíso comparado a Albuquerque, mas Bang Bang pode passar em horário de criança estar na sala. Belíssima, que já está pela metade e até agora só morreram uns 2 ou 3 personagens, durante uma semana inteira, por ordem de um juiz muito zeloso com a moral e os bons costumes, foi empurrada para depois das 21h. Imagine se a moda pega no Acre, que tem 2 horas de fuso!

18.4.06

Ilana Yahav
Conheçam essa artista. Impressionante a mídia que ela escolheu para trabalhar sua vocação artística.
http://www.sandfantasy.com/videoclips/videoclips.htm

jacarés e naves espaciais


Achei engraçada a reportagem do Jornal Nacional, da TV Globo, sobre o centro cultural recém criado em homenagem ao Tom Jobim, mostrando um caderno de Tom bem criança, com um desenho tosco de um jacaré. Comentário da reporter: "com esses desenhos desde já demonstrava sua forte ligação com a Natureza..." Putz! Até o George Bush, quando criança, desenhou um jacaré! Desde quando isso é sinal de apego com natureza! O mesmo aconteceu com a reportagem sobre o astronauta brasileiro. Foram buscar nos cadernos de pré-primário dele alguns desenhos de aviões e foguetes para demonstrar sua vocação inata. Até as crianças da Etiópia desenham aviões e foguetes. Isso não é reportagem, é apelação.

13.4.06

Igreja sugere boicote ao "O Código da Vinci"


A recomendação partiu do presidente da CNBB, que alega que "a obra, no seu gênero fantasioso, apresenta uma imagem profundamente distorcida de Jesus Cristo, que está em contraste com as pesquisas e afirmações de estudiosos de diversas áreas das ciências humanas, da teologia e dos estudos bíblicos, ao longo de 2.000 anos de história do cristianismo".

Mais uma vez os padres perderam uma ótima chance de ficarem calados, ou ao contrário, aproveitaram uma ótima chance de falar uma besteira qualquer para aparecer na mídia. Seja como for, atualmente qualquer manifestação de desagrado e/ou pedido de boicote a uma obra artística (filme, quadro, programa de TV, etc) resulta no efeito oposto: todos correm para conferir a polêmica. Os produtores do filme devem estar adorado a manifestação de da CNBB. Se o Vaticano se meter, então, aí será a glória.

É bom reparar também que as tais "pesquisas e afirmações de estudiosos de diversas áreas das ciências humanas, teologia e estudos bíblicos" não passam de balela religiosa. Teologia não é ciência. Da mesma forma que o "código de da Vinci" pode ser chamado de história fantasiosa, a Bíblia inteira também pode, talvez até com mais convicção.

Ninguém precisa atacar os dogmas das religiões: Eles são tão absurdos e obsoletos que, por si próprios, cavam suas tumbas.