9.11.10

O Gigapan mais legal

Neste artigo eu vou colocar o gigapan que eu mais gosto no momento. Sempre que eu mudar de ideia, atualizarei a página.
O primeiro é esta panorâmica de Caçapava que ficou especialmente nítida.

23.2.10

Flagelo das cidades

Comecei o dia hoje tuitando sobre o sem-noção que passa por toda a cidade de Caçapava, disparando o alarme de sua moto a cada 15 segundos, a título de "vigiar" a cidade. Comparei-o a doenças que assolam o Brasil, apesar de achar esse caso muito mais grave e complicado de resolver. É uma epidemia e um reflexo da ignorância que atravanca o progresso desse país. Em cada bairro existe um. Em cada cidade existem vários. E, como a denque, é o próprio cidadão que o alimenta, e o poder público que deveria manter a lei e a ordem é incompetente e relapso, para não usar palavras piores.

Depois que ele passa, crianças choram, idosos acordam e não conseguem mais dormir, passarinhos saem dos seus ninhos assustados, cachorros latem e, pior que isso, os bandidos têm toda liberdade de agir, pois é fácil saber quando o sujeito está indo ou voltando, basta ouvir.

A tal "lei do silêncio" é desafiada toda santa noite. Exceção quando chove, ou quando o sujeito resolve não trabalhar, afinal ele é autônomo e trabalha onde e quando ele acha melhor. Sua remuneração se dá durante o dia, quando ele passa de casa em casa "pedindo uma força".

Já soube que o buzinador maluco daqui já levou umas porradas de uns bandidos. Os caras queriam assaltar uma casa em paz e ele ficava buzinando atrás. Ninguém merece.

Eu mesmo, munido de uma paciência que eu não tenho, já fui conversar com um desses vigilantes. Ele se recusou a parar de buzinar, sob o pretexto que é assim que os "clientes" dele sabem que ele está trabalhando. Reparem que a buzina não é para espantar ladrões, e sim para marcar presença com a população. Minha tentativa de apelar para o bom senso ricocheteou na falta de cultura do infeliz. Nenhum argumento (talvez um cano quente na orelha, mas esse argumento eu infelizmente não tenho) é capaz de convencê-lo de que seu serviço é inútil, ilegal e irritante. Ele só concordou em parar de buzinar na minha janela quando eu ofereci dinheiro a ele: "as pessoas pagam R$20 pra você buzinar. Eu te pago R$30 para você NÃO buzinar". Tive alguns dias de tranquilidade, depois ele recomeçou.

Existe o idiota que buzina e existem os idiotas que pagam para ele buzinar, e ainda elogiam o serviço. Meu vizinho é um deles. A gente até consegue considerar que um analfabeto não entenda como funciona a lei e a ordem. Mas o meu vizinho tem um carro importado, tem piscina e cachorro de raça em casa e provavelmente estudou nos melhores colégios. Mesmo assim compactua com o transgressor e até o elogia.

Com o meu Iphone, medi o impacto auditivo: 110 decibéis, mesmo estando a mais de 10 metros do buzinante maluco. Um barulho desses, às 4 da manhã, é ou deveria ser absolutamente inconcebível numa sociedade pacata e civilizada como essa. Mas acontece. E toda a noite. Das 23h até a hora em que o suposto vigilante resolve ir pra casa. Já liguei para a polícia, eles se dizem incapazes de perseguir um criminoso móvel. A razão dessa incompetência deve ser outra: quem sabe, o "vigilante" é um policial aposentado, ou tem bons contatos na PM, ou sei lá, quando encontra a polícia que deveria prendê-lo, usa o argumento de que "sou pobre e preciso do dinheiro desses ricos pra viver, sou uma vítima e não um transgressor".

Eu poderia estar trabalhando. Eu poderia estar produzindo algo que preste. Eu poderia até estar na praia, descansando. Mas não. Estou aqui escrevendo nesse blog que ninguém lê tantando desabafar, nem que seja para a tela do computador. Passei a noite em claro, o que já é suficiente para comprometer todo o meu trabalho do dia seguinte; e passarei várias outras noites em claro, porque entendo que meus esforços em tentar frear essa sandice serão em vão até o dia (ou a noite) em que eu resolver agir conforme a minha testosterona manda.

15.1.10

Ilha Grande


Conseguir uma vaga em uma pousada foi complicado. Gastei horas ligando, ninguém sabia me informar se haveria vaga para o dia 4/1. Todas as pousadas, invariavelmente, me pediam para ligar mais tarde porque o fulano que anota as reservas tinha saído. A falta de profissionalismo dos pessoal de turismo e hospedagem é notória até por telefone.

Na virada do ano, um desmoronamento soterrou casas, uma pousada chique e matou pessoas na praia do Bananal. A mídia aumentou a catástrofe, misturou a fatalidade ocorrida na ilha com a tragédia anunciada ocorrida simultaneamente num morro de Angra dos Reis, e vários boatos terminaram por espantar os turistas. A Ilha Grande, que tem mais de 100 praias, ficou vazia. A população local, que depende do turismo, teve um enorme prejuízo.

Mesmo com o reduzido fluxo de turistas, sofri com o mau cheiro da poluição humana nas ruas da vila; com os atrasos intermináveis nos embarques e desembarques do catamarã e nos barcos de passeio; com as imperícias dos pilotos e incompetência dos tripulantes das embarcações e funcionários da prefeitura. No cais, uma tremenda barafunda de gringos, barqueiros, lixo, bagagens, cachorros vadios, mantimentos e quase nenhuma organização.

Mas nada disso quebra o encanto do lugar. As pessoas que deixaram de ir visitar a ilha por causa do noticiário da TV perderam a chance de curtir dias ensolarados maravilhosos, águas claras e quentes, um povo hospitaleiro e simpático, de alma e sotaque cariocas.

Na minha galeria do Picasa estão várias fotos da minha viagem. E estou publicando no site www.gigapan.org as montagens panorâmicas que fiz das praias que visitei. Elas são a minha colaboração para que a Ilha Grande se recupere.

Lopes Mendes de lado
Lopes Mendes de frente
Abraãozinho
Freguesia de Santana
Praia Preta
Praia do Abraão
Vila do Abraão